“Conheço as
suas obras, o seu trabalho árduo e a sua perseverança. Sei que você não pode
tolerar homens maus, que pôs à prova os que dizem ser apóstolos, mas não são, e
descobriu que eles eram impostores. Você tem perseverado e suportado
sofrimentos por causa do meu nome, e não tem desfalecido. Tenho,
porém, contra ti que deixaste o teu primeiro amor. Lembra-te, pois, de onde
caíste, e arrepende-te, e pratica as primeiras obras”.
Apocalipse 2:4-5
Nada
é pior num relacionamento do que o esfriamento do amor, ou a ausência
dele. Todo relacionamento, seja humano
ou divino, passa por este crivo. Amor é dedicação, tolerância, zelo, cuidado. Isso
é o que Jesus espera de nós, seus servos e esse é o elo que nos une a Deus.
As
palavras acima foram escritas para a Igreja de Éfeso, nelas Jesus expressa o
que pensava dessa Igreja. No texto há três virtudes dos antigos irmãos que
podemos louvar sem restrição e aprender com eles, entretanto há uma repreensão que
para nós nos serve de alerta.
A
primeira virtude era o trabalho; Jesus diz: “Conheço as tuas obras” (vs. 2). A
Igreja de Éfeso era uma Igreja ativa, ocupada com o serviço de Deus e com os
seres humanos. Seu labor era famoso. Cada membro estava sempre fazendo alguma
coisa para Cristo. Eram diligentes e conscienciosos. Envolvidos com as coisas
do Reino.
A
segunda virtude que encontramos nos irmãos era a persistência no Evangelho, em
seguir o caminho do bem. Os cristãos em Éfeso tinham evidentemente passado por
alguma oposição local. Na cidade havia muitas religiões, pois era uma cidade
portuária com muitas pessoas e de muitas nacionalidades diferentes, além de ser
um dos grandes centros de adoração do imperador na província. Muitos tinham
profunda reverência a deusa Diana, Ártemis, a deusa-mãe da Ásia. Os efésios
sabiam o que era ser odiado, perseguido e humilhado. Alguns eram desprezados em
público, muitos encontravam dificuldades nos negócios. Todavia, a despeito de
toda a tribulação, os efésios não negaram a Cristo. Eles estavam firmes e
inabaláveis em sua fidelidade, por isso as palavras de Jesus: “conheço...a sua
perseverança” (vs. 2).
A
terceira virtude que Cristo elogia na Igreja de Éfeso é a sua fé ortodoxa ou
correta doutrina. Eles tinham sido visitados por alguns que se autodenominavam
apóstolos, conhecidos como nicolaítas (vs. 6). Anos antes o Apóstolo Paulo
havia advertido os presbíteros de Éfeso que tal invasão por mestres heréticos
iria ocorrer. No final da sua terceira viagem missionária, de Mileto ele mandou
chamar os presbíteros e disse: “Eu sei que, depois da minha partida, entre vós
penetrarão lobos vorazes, que não pouparão o rebanho. E que, dentre vós mesmos,
se levantarão homens falando coisas pervertidas para arrastar os discípulos
atrás deles” (Atos 20.29-30). Agora os lobos haviam chegado. Os efésios de
inicio ouviram as suas palavras, após explicação satisfatória eles examinaram
criteriosamente e viram que os ensinos não viam de Deus (1 Jo 4.1). Em seguida,
após um interrogatório honesto e um exame meticuloso rejeitaram o que os
nicolaítas ensinavam. Diz o texto: “não podes suportar homens maus, e que
puseste à prova os que a si mesmos se declaram apóstolos e não são, e os
achaste mentirosos” (vs. 2). O que se pode observar era que a Igreja de Éfeso
era uma igreja Pura. Como prova disso poucos anos depois foi reputada pela
pureza de sua doutrina pelo bispo Inácio de Antioquia que escreveu a seus
membros no início do segundo século: “Todos vocês vivem de acordo com a
verdade, e nenhuma heresia existe entre vocês; certamente vocês nem mesmo ouvem
alguém que fala de qualquer coisa que não diga respeito a Jesus Cristo”.
Como
podemos observar a Igreja de Éfeso parecia ser um modelo de igreja em todos os
aspectos. Seus membros eram ocupados em seu serviço, pacientes em seus
sofrimentos e ortodoxos em sua crença. O que mais podia Jesus requerer deles? Jesus
requer amor.
Esse
era o ingrediente principal que estava faltando na vida da Igreja de Éfeso. Por
isso Jesus passa do elogia à cesura. Pois não há nada que se possa fazer para
Deus se o amor a Ele não estiver presente.
Por
isso, queridos irmãos, precisamos lembrar que não existe nada mais importante do
que amar a Deus e servi-lo com interessa de coração. Pois mesmo que falemos as línguas
dos homens e dos anjos ou tenhamos o dom de profecia e saibamos todos os mistérios
e todo o conhecimento ou se tivermos uma fé capaz de mover montanhas ou ainda se
doarmos aos pobres tudo o que possuímos e entregarmos o nosso corpo para ser queimado,
se fizermos tudo isso e não tivermos amor, nada disso valerá ou terá sentido para
Deus (1 Cor. 13. 1-3).
Portanto,
coloquemos em prática as boas virtudes aqui citadas, mas sem deixar de aplicar
juntamente com elas o amor.
Voltemos
às primeiras obras, voltemos ao primeiro amor Igreja Brasileira.
Rev. João Luiz A. Coelho
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