terça-feira, 30 de junho de 2009

REFORMA E REAVIVAMENTO

A Igreja Evangélica Brasileira precisa de uma nova Reforma. Muitos daqueles que se dizem protestantes já não protestam mais. Muitos daqueles que se autodenominam evangélicos têm transigido com a verdade e caído na malha sedutora do pragmatismo e das falsas doutrinas. Doutrinas estranhas têm encontrado guarida no arraial evangélico. Novidades forjadas no laboratório do engano têm sido acolhidas com entusiasmo por muitos crentes. Floresce em nossa Pátria uma igreja que tem extensão, mas não profundidade. Cresce em números, mas não em maturidade. Tem influência política, mas não autoridade moral. Faz propaganda de um pretenso poder, mas transige com o pecado.

A Igreja Evangélica Brasileira precisa voltar às Escrituras. Muitos púlpitos estão sonegando aos crentes o pão verdadeiro e dando ao povo um caldo ralo e venenoso. Há aqueles que pregam o que o povo quer ouvir e não o que o povo precisa ouvir. Pregam para entreter os bodes e não para alimentar as ovelhas. Pregam para arrancar aplauso dos homens e não para levá-los ao arrependimento. Pregam prosperidade e não salvação. Pregam curas e milagres e não novo nascimento. Pregam auto-ajuda e não a ajuda do alto. Há muitas igrejas fracas e enfermas por estarem submetidas a um cardápio insuficiente e deficiente. A fraqueza e a doença começam pela boca. Há morte na panela. O veneno mortífero das heresias perniciosas destila em muitas cátedras teológicas. Muitos púlpitos espalham esse veneno e muitos crentes se intoxicam com ele. Precisamos colocar a farinha da verdade nessa panela, a fim de que o povo tenha pão com fartura na Casa do Pão.

A Igreja Evangélica Brasileira precisa voltar às grandes doutrinas da Reforma. Precisamos reafirmar que a Escritura é verdadeira, infalível, inerrante e suficiente e não podemos acrescentar à sua mensagem as revelações, sonhos e visões que emanam de corações errantes. Precisamos reafirmar que a fé em Cristo é suficiente para a nossa salvação e não podemos acrescentar a ela as obras, os méritos nem o misticismo variegado tão incentivado em tantos arraiais. Precisamos reafirmar que a graça de Deus é a única base sobre a qual recebemos a nossa salvação. O homem não merece coisa alguma a não ser o juízo divino, mas de forma benevolente, Deus suspende o castigo e nos oferece seu favor imerecido. Precisamos reafirmar que não há outro nome dado entre os homens pelo qual importa que sejamos salvos, além do nome de Cristo Jesus. Precisamos reafirmar que a glória pertence a Deus e não ao homem, igreja ou instituição humana.

A Igreja Evangélica Brasileira precisa não apenas de Reforma, mas, também, de Reavivamento. Não basta ter doutrina certa, é preciso ter vida certa. Não basta ter apenas luz na mente, é preciso ter fogo no coração. Não basta apenas conhecimento, é preciso ter fervor espiritual. Não basta apenas conhecer doutrina, é preciso ser transformado e impactado por essa doutrina. A igreja de Éfeso tinha doutrina, mas lhe faltava amor. A igreja de Esmirna tinha amor, mas lhe faltava doutrina. Ambas foram repreendidas por Cristo. Precisamos de doutrina e amor, reforma e reavivamento. Não glorificamos a Deus com o vazio da nossa mente e a plenitude do nosso coração nem glorificamos a Deus com a plenitude da nossa mente e o vazio do nosso coração. Deus não é exaltado quando deixamos de conhecer a verdade nem Deus é glorificado quando deixamos de nos deleitar nessa verdade. Razão e emoção não são coisas mutuamente exclusivas. Elas se completam. A emoção que não provém de uma mente iluminada pela verdade é vazia, rasa e inconsistente. Uma mente cheia do conhecimento da verdade, todavia, que não exulta de alegria e santo fervor está, também, em total desacordo com a vontade divina. Oh! Que Deus nos desperte para o conhecermos verdadeiramente! Oh! Que Deus nos encha daquela alegria indizível e cheia de glória, a fim de que nos deleitemos nele e passemos a viver tão somente para a sua glória!

Rev. Hernandes Dias Lopes

sábado, 13 de junho de 2009

DESTINO: SERÁ QUE PODEMOS FUGIR DELE?



Muito tem se falado da queda do vôo 447 da Air France. Os comentários são ao mais diversos, injustiça divina, falha humana, soberania de Deus, determinismo, destino, fatalidade, etc.. Sinceramente não queria escrever sobre este episódio por acreditar na simples existência da possibilidade do acidente. Para que possam entender melhor, refiro-me da relação bi-direcional entre a tecnologia e a possível sobrevinda do acidente, pois a tecnologia sempre estará passível de falha, principalmente se há deslocamento físico em alta velocidade. Infelizmente o acidente será sempre o fantasma da tecnologia, pois se há a possibilidade, é bem possível que ela ocorra. E somente Deus pode, de modo soberano, permitir ou não que ele ocorra, pois todas as coisas estão sujeitas a sua vontade, quer queiramos, quer não.
No entanto, algo me intrigou nessa história. Uma passageira chamada Johanna Ganthaler que passou uns dias de férias no Brasil com ao seu marido e não embarcou no avião da Air France que caiu ao mar no dia 31 de Maio com 228 pessoas, morreu ontem dia 12 de Junho num acidente de carro em Kufstein, Áustria.
Fico imaginando, se muitas pessoas já se atreveram a chamar Deus de injusto com o que ocorreu no vôo 447, o que dirão desse episódio tão fatídico? Tão misterioso? E colossalmente coincidente?
O casal havia abandonado o Rio de Janeiro um dia depois do vôo da Air France, haviam recebido o prêmio de não terem morrido no fatídico acidente aéreo, mas então sofrem um acidente em solo dias depois. O que me vem a mente de imediato é o filme “Premunição” que conta a história de pessoas que haviam abandonado um vôo que explode no ar após terem sido alertadas por um dos jovens que estava no avião, o que ocorre depois é que estas pessoas são perseguidas pela morte e vão sendo mortas uma a uma, elas enganaram a morte e fugiram da hora marcada de morrer e portanto a morte agora vai persegui-las.
Sabemos que o filme não passa de ficção, mas a vida, essa é completamente diferente, ela não pode ser dirigida pelas mãos de qualquer homem, por qualquer ser criado ou mesmo pela morte. A verdade é que o mundo e todos os que nele vivem são conduzidos pela forte mão de Deus, que sem distinção faz nascer o sol sobre bons e maus, faz descer chuva sobre justos e injustos (Mt 5.45) e também permite que acidentes ocorram sobre bons e maus, sobre justos e injustos. E mesmo que não venhamos a morrer de acidentes é fato que todos os homens conhecerão a morte, contudo sei também que aqueles que crêem em Jesus jamais conhecerão a segunda morte (Ap 2.11), que é a morte eterna, a morte da alma. Porque os que crêem em Jesus têm o seu destino assegurado após a morte, pois estarão para sempre com Deus na eternidade.


O meu destino está nas mãos de Jesus, o Filho de Deus.


E o seu?

sexta-feira, 12 de junho de 2009

UMA DICOTOMIA ENGANADORA*



Por Dr. Jónatas E. M. Machado, Universidade de Coimbra, Portugal

Onde estavas tu quando eu criei a Terra? Diz-me, se tens entendimento! Jó, 38:4
Os céus e a Terra passarão, mas as minhas palavras não hão de passar. Marcos 13: 31



O pensamento moderno sublinha a dicotomia epistemológica entre a Bíblia - do domínio da subjetividade, da fé e da moralidade - e a ciência - com autoridade no plano da realidade objetiva. Para este entendimento, a ciência preocupa-se, acima de tudo, com os fatos, ao passo que a fé releva no domínio simbólico da interpretação subjetiva desses fatos. Em outras palavras, a ciência seria o domínio por excelência das afirmações de fato, ao passo que a fé seria um campo reservado à interpretação e à formulação de juízos de valor. Repare-se que esta divisão de tarefas é manifestamente assimétrica, na medida em que remete para a ciência a definição do que seja o conhecimento daquilo que objetivamente existe, deixando para a religião uma função meramente especulativa e interpretativa, subjetiva, em torno do significado das coisas.

A ciência tem assim uma preponderância natural sobre a religião. Aquela é objetiva e sólida, ao passo que esta é subjetiva e precária. A primeira preocupa-se com a realidade e a segunda com sentimentos e crenças. No mundo real elas nunca se encontram, porque estão em esferas diferentes. De acordo com este entendimento, todos teriam racionalmente que aceitar os dados objetivos da ciência, ficando a religião reservada às mentes mais débeis e carentes ou mais dadas a emoções subjectivas1. Assim, todos teriam que acreditar na evolução (facto científico objetivo obrigatório), mas os crentes sempre poderiam dizer, à margem de qualquer evidência empírica, que Deus conduziu o processo de evolução, ou até que Deus é a evolução (crença religiosa subjetiva facultativa).

O Criacionismo Bíblico rejeita liminarmente esta divisão epistêmica de tarefas entre a ciência e a fé por ser manifestamente improcedente e falaciosa, particularmente no que diz respeito à questão das origens2. Ela dá como demonstrado o que ainda é preciso demonstrar. Com efeito, longe de se esgotar na produção de afirmações de fato, a ciência assenta largamente na interpretação e na especulação (v.g. tudo começou com um Big Bang; a vida surgiu por acaso de uma sopa pré-biótica; as aves evoluíram de dinossauros ou de pequenos répteis). Por sua vez, a religião também pretende fazer afirmações de fato (v.g. Deus é o autor da vida; Deus criou plantas, animais e o ser humano, praticamente ao mesmo tempo e segundo a sua espécie; o dilúvio do Génesis foi real e global) 3. Vejamos mais de perto esta questão, pensando especificamente no cristianismo e no darwinismo.

Quanto ao primeiro, a Bíblia, desde o Gênesis ao Apocalipse, afirma que é a Palavra de Deus verbalmente inspirada, tendo sido sempre considerada como tal pelos judeus (quanto ao Velho Testamento) e pelos cristãos 4. Jesus afirmou que as suas palavras são mais sólidas e duradouras do que os próprios céus e a Terra. A palavra do Criador é digna de toda a confiança. Porque assim é, a Bíblia nunca se coloca no domínio da pura interpretação subjetiva de fatos5. Bem pelo contrário, a validade das mais importantes doutrinas bíblicas apoia-se em fatos objetivos (criação; queda; dilúvio global; dispersão; aliança; êxodo; nascimento, morte e ressurreição de Jesus) cuja explicação só pode ser encontrada, não na regularidade das leis naturais, mas na ação extraordinária de Deus, o qual também criou essas leis. Na Bíblia os fatos são importantes porque mostram a ação providencial de Deus na história humana e as doutrinas são dignas de crédito precisamente porque se apoiam em fatos objectivos e não em mitos ou “fábulas engenhosas”.6

Na Bíblia é claro que os milagres de Jesus são autênticos e testemunham da Sua qualidade de Criador. A ressurreição física de Cristo é igualmente um fato histórico con creto, sem o qual a fé não tem sentido. Tentar desmitificar ou encontrar explicações científicas para estes e outros milagres que a Bíblia relata é passar totalmente ao lado da verdade fundamental que a Bíblia visa transmitir: o Universo foi criado por um Deus pessoal que intervém ativamente na história do Homem - criado à Sua imagem e semelhança - que, por causa do pecado da humanidade, encarnou na pessoa de Jesus Cristo para redimir o mundo através da Sua morte e ressurreição!7 Se os fatos mencionados pelo relato bíblico não são verdadeiros, a história da salvação deixa de ter sentido. Isto mesmo sustentou o Apóstolo Paulo: “se Cristo não ressuscitou, logo é vã a nossa pregação, e também é vã a vossa fé”.8

Por sua vez, o darwinismo, longe de se apoiar numa análise neutra e objectiva dos fatos, é fundamentalmente interpretação.9 Os registos históricos mais antigos que se conhecem têm cerca de quatro mil e quinhentos anos. São dessa era as civilizações mais antigas. Para além desse limite, a reconstituição historiográfica dos acontecimentos é feita com base em extrapolações, alicerçadas em pressupostos e modelos teóricos pré-concebidos, hoje predominantemente de matriz evolucionista. Sucede que nunca ninguém viu a sopa prébiótica, nem tão pouco um dinossauro a transformar-se em ave há cerca de 100 milhões de anos atrás. Do mesmo modo, nem os fósseis nem as rochas sedimentares trazem inscrita a sua idade, sendo datados com base nas premissas (evolucionistas) adotadas desde o início. Ora, não existe uma máquina que nos permita viajar no tempo e assim confirmar de forma absolutamente correcta as conclusões que aqui e agora tiramos acerca do passado distante. Mesmo as tentativas de observar o passado a partir das investigações astronômicas supõem a aceitação de premissas sobre a velocidade da luz.10

Do mesmo modo, as “provas” da evolução deduzidas pela Teoria da Evolução da homologia genética ou estrutural e funcional que se observa entre as diferentes espécies de animais, não passam de uma interpretação, sendo certo que o Criacionismo Bíblico utiliza os mesmos fatos para corroborar a sua crença num Criador comum. Aliás, o próprio Ernst Mayr reconheceu expressamente, na entrevista acima mencionada**, o amplo lastro interpretativo e especulativo que permeia todo o seu trabalho. Muitos dos “fatos” a que a darwinismo faz referência não passam de construções intelectuais feitas a partir de modelos, ou resultantes da assunção de premissas, pré-concebidos. Uma coisa é certa: os fatos com que os evolucionistas e os criacionistas se defrontam são exactamente os mesmos. A interpretação desses fatos é que difere, em função das premissas e dos modelos explicativos e preditivos de que ambos partem.

Assim, a ideia de que a religião e a ciência constituem dois “magistérios não sobreponíveis” (Stephen Jay Gold)11, na sua aparente plausibilidade, peca, numa avaliação condescendente, por ser demasiado ingênua e simplista. Em rigor, como veremos adiante, a mesma está longe de ser inocente. Acresce que a referida dicotomia epistêmica, além de ser má para a religião, tem também efeitos nefastos para a própria ciência. Com efeito, ao remeter para a religião o exclusivo da reflexão em torno da origem sobrenatural do Universo, aquela delimitação de tarefas vincula a ciência, de forma inexorável, a premissas teóricas e metodológicas de base estritamente naturalista e materialista, as quais se têm vindo a revelar insuficientes para explicar o mundo tal como existe. Se o Universo tiver sido o resultado de um design inteligente, hipótese que a ciência não pode descartar a priori, então uma metodologia estritamente naturalista, no pior sentido da palavra, estará impedida de explicar todas as suas características.

A ciência das origens não pretende responder apenas à questão de saber “como é que o Universo surgiu por acaso?”, mas sim “como é que o Universo surgiu?”. Diante desta questão o acaso é apenas uma das respostas teorética e cientificamente possíveis. A necessidade e o design inteligente são outras. Não há qualquer razão para excluir a priori qualquer destas respostas. Se isso acontecer, a evolução aleatória será estabelecida como verdade estipulativa, por definição, tornando-se imune a qualquer crítica. A Teoria da Evolução e o Criacionismo Bíblico pretendem responder à mesma questão a partir da análise dos mesmos fatos, mas com base em postulados diferentes. O que está em causa, em última análise, não é um conflito entre ciência e fé, mas sim entre duas religiões ou visões do mundo substancialmente diferentes: a visão naturalista e a visão bíblica.12 Esta última fornece um quadro explicativo e preditivo muito mais consistente com os dados empíricos observáveis.

REFERÊNCIAS

1. Philip Johnson, Objections Sustained, Subversive Essays on Evolution, Law and Culture, Interevarsity Press, 1998, 67ss.
2. Jonathan Sarfati, Refuting Evolution, 15ª Reimp. Master Books, 2003, 15ss.
3. Henry Morris, The Genesis Record, Baker Book House, Grand Rapids, Michigan, 1976, 22ss.
4. Charles C. Ryrie, A Survey of Bible Doctrine, Chicago, Moody, 1972, 38; Henry Morris, Biblical Creationism, What Each Book of the Bible Teaches About Creation and the Flood, Master Books, 2000, 3ss.
5. Jonathan Sarfati, Refuting Compromise, Masterbooks, 2004, 35ss.
6. II Pedro 1:16.
7. João 3:16.
8. I Coríntios 15:14.
9. Duane T. Gish, Evolution: The Fossils Still Say No!, ICR, 1995, 1ss.
10. Sarfati, Refuting Compromise..., cit., 65 ss.
11. Stephen Jay Gould, Rocks of Ages: Science and Religion in the Fullness of Life, Ballantine, 1999, 49ss.
12. Isto mesmo é reconhecido pelo filósofo evolucionista Michael Ruse, The Evolution- Creation Struggle, Cambridge, Harvard University Press, 2005, 287, afirmando: “My area of expertise is the clash between evolutionists and creationists, and my analysis is that we have no simple clash between science and religion but rather between two religions.”

* Este artigo é parte de um estudo completo do Dr. Jónatas E. M. Machado, publicado na Revista do Centro Acadêmico de Democracia Cristã “ESTUDOS”, Nova Série N° 2, Coimbra, Portugal, Junho 2004:107-166.
** “Ernst Mayr é particularmente claro quanto a este ponto. Para ele, a ciência fornece um quadro objectivo muito diferente do relato do Génesis. Em seu entender1 , podemos conservar e apreciar estas histórias da criação como parte da nossa herança cultural, mas voltamo-nos para a ciência quando queremos aprender a verdade real sobre a história do mundo.” Ernst Mayr, What Evolution Is, Basic Books, New York, 2001, 5.

terça-feira, 9 de junho de 2009

A DIFÍCIL QUESTÃO DA VERDADE.

Existe um provérbio iraniano que diz: “A verdade é um espelho que caiu das mãos de Deus e se quebrou. Cada um recolhe o pedaço e diz que toda a verdade está naquele caco”. Esse é um provérbio terrível, mas descreve perfeitamente o pensamento pluralista e relativista que milita nos dias modernos. Cada um crê ser a sua “verdade” a mais correta, com isso retiram as bases absolutas que regem a sociedade há milênios.
Por exemplo, eles dizem que existem muitas religiões, no entanto um único Deus. Esse Deus pode ser chamado de Alah, Jeová, Buda, Krishina, Oxalá etc., tanto faz, para os que pensam assim são todos o mesmo Deus.
Contudo isso não é verdade. Se analisarmos o cristianismo reformado veremos uma distinção presente, que distingue os que crêem em Cristo Jesus de todas as demais religiões. Essa distinção é representada pela supremacia de Jesus Cristo. Alister McGrath define da seguinte forma: “O cristianismo é singular entre todas as religiões do mundo. A razão de sua singularidade é a figura histórica que se constitui no seu centro – Jesus Cristo”.[1] Esse entendimento põe por terra o pensamento tão comum e tão incoerente de que todos os deuses são um só.
Jesus como fiel testemunha (Ap. 1.5) afirma que existe um único Deus sobre toda a terra quando diz em sua oração sacerdotal: “a vida eterna é esta: que te conheçam a ti, o único Deus verdadeiro, e a Jesus Cristo, a quem enviaste” (Jo 17.3). Portanto há um único Deus verdadeiro sobre a terra, que não tem muitos nomes, ele é o Pai de Jesus Cristo, o Deus dos Judeus. A verdade é uma só, e não muitas como tem se dito pelo mundo a fora. Isso demonstra que a “Verdade” não é limitada a uma consciência ou a coerência interna de qualquer homem, mas sim ao que revela Deus na Escritura Sagrada, que diz haver um único Deus (Dt 6.4) e uma única verdade.
O Evangelista João reafirma esse pensamento dizendo o seguinte: “Também sabemos que o Filho de Deus é vindo e nos tem dado entendimento para reconhecermos o verdadeiro; e estamos no verdadeiro, em seu Filho, Jesus Cristo. Este é o verdadeiro Deus e a vida eterna” (I Jo 5.20). Portanto Jesus Cristo é a verdade e o verdadeiro Deus!
Encerro este post com as palavras de Alister McGrath:

  • A particularidade do evangelho cristão, e supremamente da pessoa de Jesus Cristo como salvador e Senhor, não se conflita de modo algum com o seu escopo universal. Realmente, a paixão evangélica pela verdade é expressa em parte no seu foco sobre a pessoa de Cristo, em que Jesus Cristo é a verdade”.[2]

[1] Alister McGrath, Paixão Pela Verdade, a Coerência Intelectual do Evangelicalismo, Ed. Shedd, São Paulo, 2007. P.23.
[2] Idem. P 24.