terça-feira, 25 de agosto de 2009

Abadia de Westminster (Foto do Blog)


Algumas pessoas têm me perguntado o porquê desta foto no meu blog, aqui respondo.

Mais do que o local do relógio Bigben, marca postal de Londres, este é o Palácio de Westminster também conhecido como Casas do Parlamento, (em inglês Houses of Parliament) é o local onde estão instaladas as duas Câmaras do Parlamento do Reino Unido (a Câmara dos Lordes e a Câmara dos Comuns). O palácio fica situado na margem Norte do Rio Tamisa, no Borough da Cidade de Westminster próximo de outros edifícios governamentais ao longo da Whitehall. onde se encontra a Abadia de Westminster. Um local importantíssimo para a reforma protestante, principalmente para os de confissão reformada calvinista. Pois foi neste local que reuniu-se a Assembléia de Westminster. foram redigidos a Confissão de Westminster, assim como os documentos Catecismos Maior (1648), Breve Catecismo (1647) e o Diretório de Culto.

A Assembléia de Westminster foi organizada por teólogos e civis reunidos na Abadia de Westminster, Inglaterra, por convocação do Parlamento Britânico. Esta assembléia reuniu-se de 1 de junho de 1643 a 22 de fevereiro de 1648[1]. A Assembléia foi aberta no sábado, 01/07/1643, quando pregou o Dr. William Twisse (1575-1646), que iria ser o moderador da Assembléia até a sua morte em julho de 1646 quando foi substituído por Mr. Herle, ele baseou o seu sermão no Texto de Jo 14.18, "Não vos deixarei órfãos, voltarei para vós".

A Assembléia funcionou realizando 1163 sessões regulares, sem contar as inúmeras reuniões de comissões e subcomissões[2]. Trabalharam na elaboração da Confissão, 121 teólogos e trinta leigos nomeados pelo Parlamento, a saber: 20 da Casa dos Comuns e 10 da Casa dos Lordes feita em 12/06/1643); e, também 8 representantes escoceses, quatro pastores e quatropresbíteros – sendo que dois deles nunca tomaram assento[3] – que, mesmo sem direito a voto, exerceram grande influência. (nomeação

Os principais debates desta Assembléia não foram de ordem teológica, que praticamente todos eram Calvinistas, mas sim no que se refere ao governo da Igreja. Neste particular havia quatro partidosEpiscopais: James Ussher (1581-1656), Brownrigg, Westfield, Prideaux; Presbiterianos: T. Cartwright (1535-1603), Walter Travers representados; os (1548-1635), etc.; Independentes: (Congregacionais) T. Goodwin (1594-1665); P. Nye (1596-1672); J. Burroughs (1599-1646), W. Bridge (1600-1670), S. Sympson; Erastianos: Assim chamados por seguirem o pensamento do T. Erasto (1524-1583), que defendia a supremacia do Estado sobre a Igreja, J. Selden (1584-1654), Whitelocke, J. Lightfoot (1602-1675). Prevaleceu, no entanto, o sistema Presbiteriano de Governo.

O Breve Catecismo foi elaborado para instruir as crianças; O Catecismo Maior, especialmente para a exposição no púlpito, ainda que não exclusivamente. Eles substituíram em grande parte os Catecismos e Confissões mais antigos adotados pelas igrejas Reformadas de fala inglesa. É importante lembrar que ambos os catecismos são resumos da Confissão de , elaborados para fins didáticos.

Estes Credos foram logo aprovados pela Assembléia Geral da Igreja da Escócia, a Confissão em 27 de Agosto de 1647 e os Catecismos Maior e Breve em 28 de julho de 1648, sendo este ato homologado pelo Parlamento Escocês em 07 de fevereiro de 1749. Eles tiveram e têm uma grande influência no mundo de fala inglesa, principalmente entre os Presbiterianos, embora também tenham sido adotados por diversas igrejas batistas e congregacionais[4].

Os documentos produzidos na assembléia foram de estrema importância para a Igreja Protestanteséculo XVI, pois o uso dos Catecismos e Confissões trouxe um parâmetro doutrinalpara a e o culto das Igrejas Presbiterianas de derivação inglesa e escocesa em todo o mundo. Reformada do estabelecido

É importante salientar também que existiam confissões anteriores a de Westminster, dentreelas[5]: Os Sessenta e Sete Artigos Zwinglianos (15 23), o Catecismo Maior de Lutero (1529), Confissão de Augsburg redigido por Felipe Melanchthon (1530), Confissão de Genebra feita por João Calvino e Farel (1536), Catecismo da Instrução na (1537) catecismo escrito por Calvino pouco depois de se radicar em Genebra, A Confissão da Guanabara (1558) escrita por quatro huguenotes que faziam parte da França Antártica, A Confissão Galicana (1559) adotada pela Igreja Reformada da França, A Fórmula de Concórdia (1577) elaborada por uma equipe de teólogos em 1577 como uma declaração aos Artigos da Confissão de Augsburgo, A Confissão Escocesa (1560) produzida a pedido do Parlamento Escocês como parte da Reforma da Igreja e teve como participante da comissão o reformador John Knox, A Confissão Belga (1561) escrita por Guido de Brès que se tornou o documento oficial do Protestantismo Reformado Holandês, O Catecismo de Heidelberg (1563) principal documento da Igreja Reformada Alemã. Foi escrito por Zacarias Ursinus e Gaspar Olevianus a pedido do príncipe Frederico III, A Segunda Confissão de Helvética (1564) escrita por Johann Heinrich Bullinger também a pedido de Frederico III, Os Cânones de Dort (1619) que foram redigidos pelo Sínodo de Dort que se reuniu em Dordrecht por autoridade dos Estados Gerais dos Países Baixos, Holanda, dentre outras. Contudo se estudarmos estas versões vemos que elas foram escritas em sua maioria por um único autor, enquanto que a Confissão de de Westminster foi feita por 120 teólogos deferentes, de diversos paises, com o desejo de unificar a e culto Reformado.

A Confissão de de Westminster compõe-se de 33 capítulos cujos temas podem ser classificados da seguinte forma: a Escritura Sagrada (Cap. 1), o Ser de Deus e suas obras (2-5), o pecado e a salvação (6-8), a Aplicação da obra da salvação (9-15), a Vida Cristã (16-21), o Cristão na Sociedade (22-24), a Igreja e os Sacramentos (25-29), a Disciplina Eclesiástica e os Concílios (30-31), e as Últimas Coisas (32-33).

Pronto! Matei a curiosidade.

Abraços.



[1] HODGE; Alexander, A Confissão de Comentada, Ed. Os Puritanos,

São Paulo, 1999, p. 38.

[2] KERR, Guilherme; A Assembléia de Westminster, São Paulo, Ed. Fiel, 1984, p. 18.

[3] KERR, 1984, p. 12.

[4] No Brasil, estes Credos são adotados pela Igreja Presbiteriana do Brasil,

Presbiteriana Independente e Presbiteriana Conservadora com exceção do Diretório de Culto de Westminster.

[5] COSTA, Hermisten M. P. da; A Igreja Presbiteriana do Brasil e os Símbolos de , p. 50.

Apostila de Classe, material não editado.



2 comentários:

  1. tanto a abadia quanto a presbiteriana precisam de uma reforma verdadeira.
    Tanto doutrinariamente quanto no comportamento Cristão.
    Igrejas Presbiterianas e Anglicanas, muitas vezes são como as catolicas, falta espiritualidade e humildade até para reconhecer os seus erros.
    Sabe pastor muitas igrejas presb. não crescem porque parecem católicas.
    e essa questão de reverenciar demais os Pastores dando a eles o nome de reverendos e muitas vezes colocando os Diaconos e presbíteros em um grau superior e muito errado. Todos somos iguais perante Desus, apenas com funções diferentes.
    E muitas destas IgrejaS TEM QUE PARAR de querer se parecer com o catolicismo romano, atralvés do ecomenismo, do sectarismo e da maçonaria !
    vasconcelosharoldo@terra.com.br

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  2. Haroldo, paz irmão,
    concordo com a necessidade de reforma nas igrejas, pois este é o lema da Reforma Protestante: "Ecclesia Reformata et Semper Reformanda Est". Essa deve ser uma verdade em toda a cristandade, sobre tudo na igreja evangélica moderna. Porque o problema não foi o catolicismo, mas sim o afastamento dos princípios bíblicos, apostólicos, se a igreja católica fosse fiel a Palavra e não a tradição não seria necessária a Reforma do século XVI. A Reforma Protestante marcou o retorno para a Escritura Sagrada, e é isso que devemos continuar a fazer...
    Quanto aos nomes dos "ofícios" ou se você preferir, serviço (diaconia). Os "ofícios" revelam aqueles que foram chamados pelo Espírito Santo para servir à Igreja, vemos isso facilmente no livro de Atos dos Apóstolos; Saulo, Barnabé etc..
    No entanto, muitos se utilizam dos cargos para obter status e poder (Mt. 23.1-12), no entanto o que este oficio (presbítero, diácono, pastor) realmente significa é serviço ao corpo da igreja (Mt. 23.11).
    Haroldo, a igreja precisa de "cargos", liderança, seja qual for o nome que você queira dar a estes "cargos". O perigo está não nos nomes, mas nas pessoas que assumem estes "cargos" e como a instituição tem perpetrado essa autoridade...
    Não me acho melhor que minhas ovelhas, nem elas são melhores que o seu pastor, o que precisamos entender é que se servimos uns aos outros e se nos humilhamos a nós mesmos, achando os outros melhores do que nós faremos exatamente o que Jesus quer da Igreja: Que sirvam uns aos outros em amor, cada um exercendo o seu chamado e dom para glória de Deus.
    O resto é querela protestante!
    Abraços.

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