quarta-feira, 12 de maio de 2010

A VOZ DO POVO NÃO É A VOZ DE DEUS



“Não apliques o coração a todas as palavras que se dizem, para que não venhas a ouvir o teu servo a amaldiçoar-te, pois tu sabes que muitas vezes tu mesmo tens amaldiçoado a outros”. Eclesiastes 7. 21-22


Amigos, não posso deixar de comentar sobre a lista dos convocados da Seleção Brasileira de Futebol. Talvez você esteja si perguntando o que isso tem haver com Deus, Bíblia, Reforma? E eu respondo: Tudo.

Ontem após o anuncio dos convocados, de propósito, saí orgulhoso com a camisa oficial da seleção. As pessoas na rua estavam revoltadas, eu ouvi as seguintes frases: “Tomara que perca!”; “Não passa da primeira fase!”; “Técnico burro!”; “A sua seleção não presta”; (E a melhor de todas) “Vou comprar a camisa da Argentina, não torço pra este time!”; dentre outras.

Tudo isso por quê? Simplesmente porque não chamaram Neymar e Ganso. Como se o simples fato de eles estarem na lista pudesse fazer do Brasil campeão.


Não quero entrar no mérito do futebol dos “moleques da vila”, isso é indiscutível, o que quero falar é sobre a força da mídia. Como esta pode influenciar as pessoas a ponto de negarem até a sua própria nacionalidade, o seu patriotismo, a sua terra, o seu chão. Chegam ao ponto de amaldiçoar e praguejar contra seu próprio país. É um contra-senso e uma vergonha!!


O mais interessante é que depois esta mesma mídia quer audiência e então começa a falar bem da seleção e todos a uma esquecem o que falaram, de que praguejaram, amaldiçoaram e passam a torcer novamente, numa total falta de senso crítico e valor cívico.


Outra coisa que a “massa” esquece é que existe um técnico que tem um esquema que depende de peças de reposição. Jogadores que foram testados, que passaram nos testes e que este mesmo time ganhou todos os torneios que disputou fazendo valer a velha máxima que diz: “Time que esta ganhando não se mexe”, isso deve ser desprezado?!


Mudando o que deve ser mudado, é exatamente assim que ocorre com o povo de Deus. Deixam de ser crentes, de amar o seu líder e aos membros da comunidade quando as suas vontades não são respeitadas, quando não concordam com a liderança que está a frente do trabalho (Sociedade interna) abandonam o grupo, deixam de ajudar, e pior, falam mal e torcem para que tudo dê errado.


Percebem? É a natureza ruim humana, pecaminosa. Uma total falta de senso de grupo, de prudência, uma total falta de juízo, entendimento, percepção, sentido.


Pense nisso.



terça-feira, 20 de abril de 2010

A FONTE DAS IMPUREZAS




Nadafora do homem que, entrando nele, o possa contaminar;

mas o que sai do homem é o que o contamina”.

Marcos 7.15

Nos dias atuais (e desde sempre na história do homem) há uma infinitude de coisas que as igrejas neo-pentecostais, similares e genéricas desenvolveram para engrupir e enredar os menos conhecedores da Palavra de Deus. Há sabonete que limpa pecados, melhora a relação do casal e de quebra abre o caminho; óleo ungido que pode ser utilizado para ungir os enfermos, ser colocado na bebida e na comida daqueles que precisam de libertação, ungir a casa contra os maus espíritos, melhorar os negócios, atrair o futuro conjugue etc., dentre muitas outras bizarrices. O interessante é que são todas formas externas para lidar com a impureza que há dentro do homem. Sendo que nada fora dele o pode contaminar.


Essa influência é tão forte que nesses dias uma irmã da igreja (doutrinada, porque ensinei este texto) perguntou se ela colocasse esse tal óleo ungido (sabe-se por quem...quem quiser que entenda) na bebida do marido ele realmente pararia de beber tanto. Não pude deixar de lembrá-la o ensino de Jesus quanto à fonte das impurezas.

A pergunta pululante que surge é: Será que o ato de lavar-se com sabonete (ainda que fosse de soda cáustica) ou mesmo beber azeite (ainda que fosse ácido sulfúrico) o que isso afetaria nos sentimentos, mente, moral e pecado do homem?


[Erram por não conhecer as Escrituras e o poder de Deus; Mt 22.29]


Combatendo este ensino Jesus adentra o âmago dos pensamentos e práticas dos homens revelando que todos os males procedem do interior deles mesmos contaminando-os (vs. 23). Assim Ele focaliza a fonte da impureza no coração dos homens, ao contrário das tradições humanas que afirmam que as influências externas são a causa da "impureza". (Entenda “influência externacomo família, doença, violência física, estupro e toda e qualquer coisa que proporcione um desenvolvemento de um distúrbio mental grave em uma pessoa; podendo apresentar comportamentos anti-sociais e amorais sem demonstração de arrependimento ou remorso, incapacidade para amar e se relacionar com outras pessoas com laços afetivos profundos, egocentrismo extremo e incapacidade de aprender com a experiência; em uma única palavra: psicopatia, o que para mim é sinônimo de Pecado).

Neste texto do Evangelho de Marcos, Jesus denomina algumas coisas que procedem do coração humano e que contaminam o indivíduo; ele menciona doze pecados. É interessante notar que os primeiros seis substantivos são plurais, referentes aos sucessivos atos pecaminosos, à medida que estes emergem da fonte interior da corrupção humana; as outras tendências mais sutis para o mal que se seguem estão no singular (v.22).


Devemos entender que Jesus não pretende fazer uma lista exaustiva de pecados, mas sim fazer com que os seus discípulos entendessem o seu ensino e pudessem identificar o que os seus interiores podem produzir, a saber: maus pensamentos (dialogismoi, "imaginações más", cf. Tg 1.14-15), nestes se enquadram diversas ações e vícios degradantes; Imoralidade sexual (porneiai, geralmente traduzida por "fornicação"); Adultério (moicheid) que é a infidelidade conjugal; roubo, aqui Jesus apresenta de duas formas, roubar propriedade alheia (klopai), e assassinato (phonoí) que é roubar a vida de alguém; Cobiça (pleonexiaï) que é o desejo ardente de possuir o que pertence a outros; Malícia (poneriaï) descreve a pessoa que persegue ativamente o mal com o desejo de prejudicar outras. Como Satanás (o "maligno", poneros).

Os seis substantivos seguintes referem-se a vícios em si mesmos, começando com o engano (dolos, "dolo"); lascívia (aselgia, "indecência, devassidão") significa ressentimento contra todas as restrições morais e sociais; Inveja (ophtalmos poneros) que significa, literalmente, "um olhar maldoso"; Difamação (blasphemia) que pode ser uma fala difamatória ou abusiva contra outra pessoa; Arrogância (hyperephania) que é o desprezo pelos outros, orgulho, e o ultimo pecado da lista, loucura (aphrosyne) não se referindo à debilidade mental, mas ao homem que não deseja saber nada sobre Deus.Observando esta lista podemos entender o motivo de tanta maldade praticada pelos homens que aparecem todos os dias nos tele-jornais.


De acordo com este ensino de Jesus estes sentimentos não podem ser corrigidos por meio de um ritual de limpeza ou por uma dieta de alimentos; não podem ser controlados pelas leis (civis ou religiosas; cf. Mc. 7.7-13) por que são parte da natureza decaída do homem. Eles vêm "de dentro do coração" (v. 20). Essa é a diferença fundamental entre o reino de Deus e o judaísmo farisaico, ou seja, o que é meramente externo não pode purificar (lavar as mãos Mc 7.2-4), assim como o que é meramente externo não torna impura a natureza espiritual do homem (comer Mc 7.18-19, ver também Mt. 15.1-20). Em outras palavras, a natureza moral humana é a fonte da impureza moral. Sendo o que contamina o homem não é o que entra nele (alimento), mas sim o que sai do íntimo dele (palavras, sentimentos, valores).


Retomando o que começamos, a crença popular diz que se deve tomar banhos para afastar mal olhado (inveja), colocar pedaços de alho espalhado pela casa, sal, e pimenta, lavar-se em rios, inclusive o Jordão em Israel, para se purificar, comer Nhoque com um dólar embaixo do prato trazer sorte e fazer mais um monte de outras coisas externas, contudo o ensino de Jesus é tão contrário a todos estes conceitos populares que nãocomo deixar-nos envolver por esse engodo. Quando caímos nesse falso ensino é porque esquecemos das palavras de Jesus; ou porque preferimos traçar o caminho mais fácil de limpar as mãos externamente do que o difícil caminho de limpar o coração abandonando o pecado.


Portanto o único remédio para livrar-se do pecado e purificar as nossas vidas é um novo coração, purificado pelo sangue de Jesus e habitado pelo Espírito Santo de Deus. Não há outra forma, as demais são invenções humanas que tentam invalidar a Palavra de Deus (Cf. Mc 7. 6-13). Não devemos esquecer também que tanto pensamentos como conduta são importantes para Deus e que nenhum dos rituais religiosos do mundo pode mudar o coração de uma pessoa. Mais uma vez a única forma é o evangelho de Jesus Cristo que trabalha o homem de dentro para fora, provendo a motivação interna necessária para adquirir caráter justo e para livrar-se "de toda impureza e acúmulo de maldade" (Tg 1.21). Aquele que experimenta o governo de Deus em sua vida é capaz de viver num plano diferente, pois "o homem bom tira boas coisas de seu bom tesouro" (Lc 6.45).


Que Deus nos abençoe.





Nota: Adaptado do texto de Dewey M. Mulholland, Introdução e Comentário de Marcos, Ed. Vida Nova, p. 119-122.



terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

O SOFRIMENTO DO HOMEM: PECADO OU CRISE PSICOLÓGICA?

Salve amigos,

Estava sumido, mas estou no batente novamente. O motivo deste post é algo que me intrigou nesta tarde. Hoje terça feira de carnaval, não existe muito que fazer para um servo de Cristo, como não fui a nenhum retiro espiritual, nãopra evangelizar (a cidade está ás moscas) e eu fiz o meu devocional diário, então resolvi ligar a televisão. Mudando os canais percebi que estava sem muita escolha nos canais abertos. Fiquei no dilema entre as mulheres peladas das escolas de samba do Rio, as muitas pessoas cheirando Lança Perfume e beijando-se freneticamente no carnaval de Salvador e os loucos que se vestem da cabeça aos pés (num calor que faz o Saara parecer uma feliz sauna) do carnaval de Recife.

Mas graças a Deus pela TV a cabo!! Ao passar os canais vi a chamada do programa Oprah Winfrey Show (pense bem, total falta do que fazer). Oprah iria entrevistar o casal Haggard, Gayle e o Pastor Ted (esse mesmo, o que foi pego tendo um caso extraconjugal com um garoto de programa).

No referido programa Ted disse que ele esta muito melhor graças a “terapia” que esta fazendo e que após iniciá-la elenunca mais teve desejos compulsivos”, disse também que estava fazendo um tratamento dos “12 passospara resolver o problema, mas que ainda estava no início e por isso não estava “saradocompletamente.

Infelizmente o que vi foram pessoas tratando desejo lascivo, pecado mesmo, diagnosticando como problema médico ou psicológico. Essa é uma triste realidade do evangelicalismo moderno que precisa ser sanada. Pois pessoas que agem assim não sabem que nenhuma terapia vai resolver (no máximo pode ajudar) o que a confissão pública e o arrependimento podem restaurar; isso quer dizer que homossexualismo, drogas, gula, compulsão para comprar, por sexo, pornografia etc. Seja qual for o pecado! A chave para a libertação deve ser a confissão (Tg 5.16) e o arrependimento (Os 14.2; Lc 5.32; At 5.31, 11.18) e não a terapia.

Isso porque após confessarmos e nos arrependermos Deus nos conduz à verdade e ao retorno à sensatez, livrando-nos dos laços do diabo (2 Tm 24-26). Significa dizer que a melhor coisa a se fazer é reconhecer o nosso pecado e submeter-nos a Deus, entendendo que essa nódoa (seja qual for o pecado) faz parte de nossa vida e precisa ser limpa pelo poder do sangue de Jesus.

Infelizmentepessoas que pensam que esconder o erro e o pecado é a melhor forma de resolver o problema, e ainda por cima crêem que terapia pode transformar desejo pecaminoso em santidade. Entretanto, a Palavra de Deus diz que o pecado não confessado corrói a alma e corpo (Sl 32.2-3) e destrói a alegria de viver, mesmo o que ainda não ocorreu na prática destrói as nossas forças até cedermos à tentação (Gn 4.7). Precisamos nesta hora de angustia nos refugiar em Cristo confessando o que tenazmente nos acedia (Hb 12.1).

Todavia, é bom lembrar que o pecado faz parte de nós, não em essência, porque somos imagem e semelhança de Deus e nEle nãopecado, mas existe como algo que um dia será extirpado, por isso a possibilidade de restauração e libertação do pecado para que possamos viver uma vida de santidade em Cristo. Somente no último Dia o pecado será completamente retirado de nós, na volta de Cristo e ressurreição dos santos, quando estaremos então livres de todo o pecar e seremos como Jesus é. Plenamente perfeitos. Até não existe pecado que não possamos cometer.

Que Deus nos livre dessa armadilha de pensar que os nossos pecados e desejos lascivos são apenas psicológicos e que Ele nos faça compreender que dependemos da sua graça, em Cristo, para sermos santos e livres do pecado e não da nossa própria justiça e legalismo ou mesmo de fazermos terapia.

A Deus seja a Glória!